terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Só nos resta protestar

Difícil abrir um jornal onde não esteja estampado mais um caso de corrupção, o caderno de política se confunde com o caderno policial, políticos se confundem com marginais. Perplexos, perguntamos: até quando vai isto? Até sempre...

Ai, tal qual Dom Quixote de La Mancha marchamos contra os moinhos de vento, nos vestimos de preto, pintamos a cara e, armados de fervor cívico, na crença de que somos politicamente conscientes, esbravejamos palavras de ordem, ocupamos assembléias, praças públicas, lavamos escadarias, protestamos e retornamos para nossas casas com a consciência tranqüila... fizemos a nossa parte.


Não acredito em protestos, são ineficientes, sempre foram e sempre serão. Os alvos de nossa ira e indignação, que hoje permeiam as roda do poder, estarão no poder amanhã e depois de amanhã e estarão sempre, pois tiveram o nosso voto, a nossa confiança e sempre o terão. Nossa memória é curta, não nos preocupamos com política, ao menos em época de eleição, afinal: tem coisa mais chata que programa eleitoral?

O protesto é um remédio que alivia a dor mais não cura a doença. O voto cura, mas este remédio uns não o sabem aplicar, outros não o querem e a maioria não se preocupa em aplicá-lo, assim nos resta o protesto, sempre nos restará o protesto, ineficiente, mas nosso único recurso e depois... voltaremos para as nossas casas com a consciência tranqüila... fizemos a nossa parte.

A propósito, em quem você votou na eleição passada?

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