quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A violência e as torcidas organizadas

O lamentável incidente promovido, por uma das torcida organizada do Coritiba, depois da última partida do Campeonato Brasileiro, contra o Fluminense, nos leva a refletir e a discutir a questão das torcidas organizadas e a responsabilidade dos clubes pelos atos de violência por elas praticados.

Invariavelmente todos os atos de violência e vandalismo que ocorrem antes, durante e depois das partidas de futebol contam participação ou o envolvimento de membros das torcidas organizadas. Sem real compromisso com os clubes e desprovidos de qualquer espírito esportivos muitos destes ditos torcedores não sabem conviver com derrotas e com adversários, frustrados ou contrariados respondem com violência e, por vezes, com atitudes de extremo o racismo e intolerância.

E até onde vai a responsabilidade dos clubes por suas torcidas organizadas? Na medida em que estas torcidas contam com o incentivo, abrigo e principalmente com o subsídio financeiro dos clubes, estes indubitávelmente devem assumir a responsabilidade pelos atos praticados por tais torcedores. Cabe aos clubes criar meios eficiêntes para exercer  o controle e a fiscalização sobre as suas torcidas organizadas, ou fechar as portas dos seus estádios para as mesmas.

Os atos de barbárie praticados no Couto Pereira somados a tantos outros atos de violência, praticados por membros de algumas torcidas organizadas em várias cidades brasileiras, nos levam a discutir a extinção destas torcidas ou no mínimo no endurecimento das leis para combater estes torcedores criminosos. Não podemos conviver mais com esta violência descabida e injustificada, o esporte tem o propósito unir e não dividir pessoas, de proporcionar a paz e não a violência, a dor e ódio.

A punição imposta ao Coritiba pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) foi sem dúvida justa e exemplar. Que os demais dirigentes de futebol  ponham as suas barbas de molho.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Só nos resta protestar

Difícil abrir um jornal onde não esteja estampado mais um caso de corrupção, o caderno de política se confunde com o caderno policial, políticos se confundem com marginais. Perplexos, perguntamos: até quando vai isto? Até sempre...

Ai, tal qual Dom Quixote de La Mancha marchamos contra os moinhos de vento, nos vestimos de preto, pintamos a cara e, armados de fervor cívico, na crença de que somos politicamente conscientes, esbravejamos palavras de ordem, ocupamos assembléias, praças públicas, lavamos escadarias, protestamos e retornamos para nossas casas com a consciência tranqüila... fizemos a nossa parte.


Não acredito em protestos, são ineficientes, sempre foram e sempre serão. Os alvos de nossa ira e indignação, que hoje permeiam as roda do poder, estarão no poder amanhã e depois de amanhã e estarão sempre, pois tiveram o nosso voto, a nossa confiança e sempre o terão. Nossa memória é curta, não nos preocupamos com política, ao menos em época de eleição, afinal: tem coisa mais chata que programa eleitoral?

O protesto é um remédio que alivia a dor mais não cura a doença. O voto cura, mas este remédio uns não o sabem aplicar, outros não o querem e a maioria não se preocupa em aplicá-lo, assim nos resta o protesto, sempre nos restará o protesto, ineficiente, mas nosso único recurso e depois... voltaremos para as nossas casas com a consciência tranqüila... fizemos a nossa parte.

A propósito, em quem você votou na eleição passada?